Quando a água sentiu sede




Certamente você já sentiu sede muitas vezes. Tanto sede de água como de amor, de poder, ou de outra conquista qualquer.
Até aí, tudo normal, tudo lógico. Como sabemos, acontece com todos nós. Isso é comum entre os seres viventes.
Concluímos que água é essencial à vida tanto animal como vegetal.

Ao olharmos para o Nordeste brasileiro e vermos as consequências causadas pela falta d'água, temos um visual lamentável: comunidades grandes e animais desidratados tombando e morrendo por falta de alimento que, por sua vez, deixam de existir pela própria falta d'água.

O povo de Israel ao atravessar o deserto rumo à Canaã, num determinado ponto, estava no limite de sede; não fosse a intervenção divina, falando à Moisés que ordenasse à pedra que dela jorrasse água, o povo morreria de sede (se bem que Moises ao ferir a rocha com seu cajado desobedeceu a Deus que apenas mandou ordenar que dela saísse água, mas, mesmo assim, saiu).
Por isso o grande Moisés ficou impossibilitado de entrar na terra prometida. Pagou o preço da desobediência.

Até aqui creio que ainda continua sua curiosidade a respeito da água que sentiu sede.
Como pode ser isso? Um líquido formado por oxigênio e hidrogênio (H2O), de repente, alguém fala que esse líquido sente sede?

É lógico que estou usando uma metáfora; por exemplo, se eu falasse de um grande erudito brasileiro, usando um título metafórico, ou seja, o Águia de Haia, tenho certeza que o leitor entenderia que se trata de Ruy Barbosa.
Se eu digo, "estas são as cinzas de Napoleão", logo se conclui que estou falando de seus restos mortais e não estou me referindo a um fumante.

Agora, quando falo que há dois mil anos um jovem que iniciou seu ministério aos trinta anos disse "Eu sou a fonte de água viva, quem tem sede venha a mim e beba que do seu interior jorrarão rios de água viva" (João 7-37,38), como nas metáforas anteriores você entendeu quem é o Águia, aqui o jovem fala que é a fonte que sacia a sede de almas.

Para que chegue a sua torneira, a água potável sofre um processo de tratamento complexo e hostil.
Nós deveríamos experimentar esse processo de tratamento mudando nossa natureza perversa.
No entanto, somos frágeis e nunca conseguiríamos isso. O jovem judeu, porém, tomou nosso lugar.

Podemos confirmar isso em "Isaías 53-4,5".
Sabendo das impossibilidades de nos tornarmos limpos, como a "água H2O" por si só não se purificaria, ele assumiu o meu lugar, o seu lugar e foi esmagado, tirando todas as imundícias que nos afligiam e toda maldição que estava sobre nós caiu sobre ele (Isaías 53 - 1ss); com isso concedeu-nos liberdade, alegria, segurança, nos deu certeza da água que ele se referiu em "João 7-37,38", isto é, como a água é essencial à vida no planeta terra, assim é, quem o aceita, fundamental para a vida eterna.

Esse jovem, ao atingir 33 anos e que se auto intitulara ser a água que mata a sede dos desesperados, abandonados, solitários, enfermos, depressivos, injustiçados, oprimidos, um dia pregado numa cruz, sussurrou quase sem voz: TENHO SEDE (João 19-28); contrariando seu pedido, deram-lhe vinagre.

Creio que o Senhor ainda continua com sede de te conquistar, de atraí-lo para a vida eterna. No entanto, hoje não estão dando-lhe vinagre, e sim as costas. Mas eu faço um alerta: enquanto você respira aqui na terra, haverá uma oportunidade para você atender o Seu pedido, não Lhe dando vinagre.



Pr. José Barreto

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